Três jogos, um título emocionante. Em 2009, o Vera Cruz conquistou o título do Campeonato da LPD. No entanto, o sonho foi quase foi interrompido. Por Jornal de Pomerode/Esporte - Publicado em 28/08/2020 16:38 Nilson Beck guarda, com orgulho, a medalha conquistada há 11 anos (Arquivo JP). A frase que pode resumir a conquista do Vera Cruz em 2009 é “nada está perdido”. Isso porque, o time cruzmaltino esteve a poucos segundos de ver o seu título ficar em outras mãos, mas quis o destino que o enredo tivesse um desfecho diferente. Hoje, (2020), 11 anos depois, Nilson Beck, 52 anos, relembra os momentos de angústia, mas que culminaram na tão aguardada conquista, após 10 anos de jejum. Na época, Beck era o Diretor Esportivo e tem boas lembranças de quando a competição, promovida pela LPD, era vista como uma das mais organizadas e competitivas do estado. “Em função disso, todos os clubes participantes montavam equipes de alto nível. Nós, do Vera Cruz, não deixamos por menos, era nosso segundo ano com a parceria Loes / HLS e montamos um time muito forte, pois em 2008, ele foi feito em cima da hora. Mas, mesmo assim, chegamos na semifinal”, ressalta. O dirigente diz que o trabalho atingiu o objetivo traçado pela diretoria: chegar à final do certame. “Isto foi a recompensa pelo trabalho de toda nossa diretoria e atletas. Era, também, um campeonato com uma atração a mais para todos, que terminou com três partidas. Os dois jogos decisivos foram no nosso campo e as semanas, de muito agito na cidade e, principalmente, em Testo Central, em virtude dos resultados, com o público na expectativa pelo jogo final. Os dois confrontos lotaram o estádio, o que foi marcante para nós”. Na decisão, perfilado junto com o time e demais dirigentes (Foto: Arquivo JP) Justamente, a segunda partida, realizada uma semana antes da finalíssima, quase deu o título ao Botafogo. “Como não poderia deixar de ser, esse título viria com muita emoção. E ela veio no segundo jogo, onde conseguimos buscar o resultado e empatar o jogo nos acréscimos, placar que resultou na terceira partida, também em nosso estádio. Realmente, estávamos vendo o troféu ir embora, mas, felizmente, conseguimos este resultado surpreendente”, conta. Estádio Hermann Koch recebeu um público de mais de 3.000 pessoas. Uma parceria vitoriosa. A junção Vera Cruz/Loes/HLS iniciou em 2008, portanto, teve muita importância na competição seguinte, conforme relata Beck. “Para esta conquista, pudemos nos organizar, definir a equipe e programar eventos com antecedência. Como o Loes/HLS tinha um grupo bom de atletas e, juntando com os nossos da casa, conseguimos manter uma base forte, que se mantém até hoje. Acredito que este tenha sido o grande diferencial. Foi um entrosamento entre equipe e a diretoria, pois os jogadores viam que ela dava todas as condições e boa estrutura a todos”. O grande envolvimento do Contador com a equipe, representa muito em sua vida, uma vez que ele viu diversos títulos e mantém uma sólida relação com o time de Testo Central, mantendo-se envolvido até hoje. “A conquista de 2009 marcou pela forma como aconteceu e a quantidade de público presente. Mas também participei de outras campanhas importantes, como a do ano de 1999, outro grande título e, também, da Copa RBS. Estes anos de Vera Cruz foram muito gratificantes, pois além das competições e eventos em que participei, o que mais me marcou foram as amizades que foram proporcionadas”. Vera Cruz, campeão da LPD em 2009 (Foto: Arquivo JP) Por isso, este período em que a pandemia travou os campeonatos amadores, a falta do futebol está sendo muito complicada. “Já estávamos numa situação delicada em relação à participação dos times, que está cada vez menor. E agora, com esta situação, eu vejo que vai ser mais difícil ajudar os clubes a se estruturarem novamente, a fim de participar de competições de alto nível. Além disso, o que eu noto é que há pouco interesse dos dirigentes de clubes em participar dos campeonatos oficiais, pois estes se tornaram muito complexos, no que se refere a Ligas, Federação e CBF. Nosso amador não está preparado para este nível de campeonatos. Temos que achar alguma forma de conseguirmos, promover competições que tenham a participação de todos”, finaliza Beck. A partida decisiva. O melhor campeonato de Futebol Amador da região, com as duas melhores equipes do ano, não poderia ter sido diferente, senão, em três grandes jogos. Emoção, garra, habilidade e, acima de tudo, respeito pelo próximo. Além do ótimo futebol apresentado, dentro de campo, não houve nenhuma confusão por parte das torcidas. Pelo contrário, o que se viu foi muita festa e alegria entre as mais de 3.000 pessoas que compareceram ao Estádio Hermann Koch, em Testo Central, naquele domingo, 26 de julho de 2009. O Botafogo, com a defesa menos vazada, não contava com os dois zagueiros titulares e ainda precisava vencer para sagrar-se campeão. Já o Vera Cruz, apesar de não ter o defensor Jean em campo, contou com retorno do goleiro Casão. Beck sendo entrevistado, após o título (Foto: Arquivo JP) Nas duas primeiras partidas, houve dois empates, por 1 a 1 e 3 a 3, respectivamente, o que dava ao time da casa a vantagem de jogar por mais um resultado igual. Só que o que aconteceu, foi melhor do que isso. Logo aos 17 minutos do primeiro tempo, Rafael Willms, em cobrança de falta, colocou o Vera em vantagem. Apesar de todos os esforços, o Botafogo não conseguiu furar a defesa adversária e o placar se manteve até o fim, o que deu o título ao cruzmaltino, após 10 anos de espera. Com o apito final, a torcida vibrou, juntamente com jogadores e dirigentes do Vera Cruz, que puderam soltar o grito de “é campeão”. Além do título, o time de Testo Central ainda teve o artilheiro Bicudo, com 12 gols marcados, e o jogador destaque da competição, o goleiro Casão. Ao Botafogo, restaram os troféus de vice-campeão e o de defesa menos vazada, representada pelo arqueiro Cris, que sofreu 20 gols durante a competição.
