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ATLETISMO
 
  2024 - 9 maro - Tcnico Chico - Trajetria no atletismo - Pomerode - SC
Um dos maiores responsáveis pelo sucesso do atletismo pomerodense.
     Chico conta sobre sua trajetória no esporte e crescimento como técnico.
     REDAÇÃO. TN. 9 DE MARÇO DE 2024
     Chico atletismo Pomerode
     Trajetória: Chico iniciou como treinador do atletismo pomerodense em 2013. Foto: Laura Sfreddo/Testo Notícias
     “Para mim, uma coisa que importa muito é o fato de poder continuar como treinador na modalidade em que eu fui criado, é algo muito especial, porque eu vivenciei o esporte como atleta.”
     É dessa forma que Odair Luiz dos Santos resume sua trajetória no atletismo.
     Chico, como é conhecido, é um dos maiores responsáveis pelo sucesso do atletismo pomerodense. Hoje, ele conquista muitos feitos, mas foram anos de conhecimento e experiências que fizeram com que se tornasse o técnico que é hoje.
     Tudo começou em 2002, quando participou de um campeonato estadual de atletismo pré-mirim e mirim. “Eu estudava na Olavo Bilac e fomos convidados para participar como escola. Naquela competição, fui vice-campeão estadual no lançamento de pelota. No ano seguinte, começou o atletismo em Pomerode, aí iniciei no esporte através de um convite do professor Vilmar Vailatti. Foi a primeira modalidade que eu treinei para valer mesmo”, lembra.
     Como atleta, foi campeão estadual sub-16, campeão estadual de Jogos Escolares em Santa Catarina (Jesc), vice-campeão da Olesc duas vezes e vice-campeão nos Joguinhos Abertos. “Dos meus 15 até os 18 anos, todo ano estive entre os 10 melhores do país na prova do lançamento do dardo.”
     Como, na época, o incentivo ao esporte ainda não existia como deveria, manter-se como atleta estava se tornando uma tarefa cada vez mais difícil. Com isso, optou por seguir no atletismo, mas de uma outra forma. “Eu decidi ser técnico logo quando entrei na faculdade. Depois que iniciei, consegui ganhar uma bolsa de estudos através do atletismo, então pagava só 50% da mensalidade. Depois, quando eu continuei fazendo o bacharel, pagava só 25% de toda taxa. Foi muito gratificante, porque foi o esporte que me deu a possibilidade de poder fazer uma faculdade. Durante o curso, também tive a oportunidade de competir pela instituição”, relata.
     Em 2013, Chico foi convidado a ser treinador do atletismo de Pomerode juntamente com o Vilmar Vailatti. “Fizemos um trabalho de quatro anos juntos. Alavancamos o esporte na cidade, tivemos grandes resultados, foi uma coisa bem bacana. Em 2015, tive um atleta que foi para um campeonato mundial e eu fui convocado também pela primeira vez para uma seleção brasileira. A competição foi realizada na Colômbia e minha atleta foi 11ª colocada na final do mundial, foi um feito histórico para Pomerode. Aquilo marcou o início de uma nova era para o atletismo da cidade. Desde 2016, trabalho sozinho na cidade e, em alguns momentos, com um estagiário me auxiliando.”
     Para ele, uma coisa que fez com que auxiliasse na sua trajetória como treinador foi ter vivenciado o esporte como atleta e sentido na pele as dificuldades e realizações. “Obviamente, eu não passei por todas as situações, mas vamos aprendendo a vivenciar muitas coisas pelos outros, eu aprendo o tempo inteiro. Consigo me realizar como treinador através dos resultados que os meus atletas têm. Eu tento passar o melhor de mim para que eles possam fazer os melhores resultados possíveis dentro daquilo que temos. Ser um bom cidadão é uma das coisas mais importantes que temos nesse projeto. As medalhas vêm e vão, os resultados aparecerão e alguns serão atletas por mais ou menos tempo, mas o mais importante é que eles estejam bem encaminhados”, relata.
     Chico entende que, mesmo que passem por altos e baixos, a maior realização é ver a evolução de cada atleta dentro e fora das pistas. “Eu faço tudo aquilo que está dentro do possível, procuro sempre ter uma transparência muito grande com eles. Procuro conversar bastante, tento entendê-los. Estou aqui como formador de cidadãos e se eles saírem daqui aprendendo alguma coisa e lembrando de alguma coisa positiva no futuro, estou com meu trabalho sendo bem gratificado.”
     Técnico: Chico integrou a Seleção Brasileira no Sul-Americano Sub-18, realizado no Paraguai, em 2021. Foto: Wagner Carmo/CBAt
     Um trabalho regado por dedicação e respeito
     Durante seu período como técnico do atletismo de Pomerode, a cidade já conquistou mais de 500 medalhas em campeonatos estaduais. Oito atletas já representaram o Brasil em competições e 20 atletas representaram Santa Catarina. Além disso, foram mais de 50 medalhas em campeonatos nacionais.
     Chico também foi convocado, como treinador, para integrar a seleção brasileira por cinco vezes. “São números bem expressivos e a nossa ideia é sempre manter esses bons resultados, não nos acomodar e com certeza buscar ainda mais resultados expressivos e notórios para a nossa cidade.”
     No entanto, Chico destaca que as conquistas são importantes, mas mais importante ainda é ver o atletismo conquistando cada vez mais visibilidade. “Isso também requer muita dedicação, responsabilidade e confiança no trabalho. Temos atletas muito perseverantes, que se dedicam e, com certeza, eles levarão isso para a vida e é isso que nós precisamos”, evidencia.
     Sobre o grande momento que o atletismo pomerodense está vivendo, ele explica que há muita estrutura e incentivo por trás. “Temos uma pista que nos agrega muito, temos os materiais necessários para os treinamentos, temos uma academia para os aletas. Cada ano que passa vemos a necessidade de melhorar, porque os resultados também têm avançado. Outra coisa muito boa que aconteceu no ano passado foi a criação do Bolsa-Atleta de Pomerode. Isso fez com que os atletas tivessem uma motivação ainda maior para poder continuar treinando e representando o nosso município.”
     Segundo Chico, um dos maiores desafios hoje nos treinamentos do dia a dia é conseguir mostrar para as crianças e adolescentes todo o potencial que tem. Em uma era das tecnologias, fazê-los se motivar a sair de casa para ir treinar, mesmo em dias de sol ou chuva, acaba não sendo fácil. “É um desafio a mais. O atletismo é uma modalidade individual, nós somos uma família, mas na hora da competição, é cada um por si. Se você não está bem em um dia, os teus colegas não conseguem fazer por você, como em modalidades coletivas. O treinador está lá para passar o treino e orientar, mas o resultado quem vai fazer realmente é o atleta. Demora um tempo para fazer com que ele entenda as necessidades de treinar mais, dormir e comer bem, ficar menos tempo no celular”, destaca.
     Como treinador, Chico se sente muito honrado em receber toda confiança dentro do município. No dia a dia, ele sabe que conta com a ajuda da Prefeitura de Pomerode, por meio da Secretaria de Eventos, Esporte e Lazer. Hoje, o projeto do atletismo pomerodense conta com mais de 50 crianças participando ativamente.
     Através do esporte, pôde conhecer lugares e pessoas que nunca imaginou conhecer. Foi o atletismo que oportunizou tudo o que tem e a ser o que é atualmente. “Só tenho a agradecer as pessoas que me apoiaram durante toda a trajetória: o professor José Luiz, que foi o meu incentivador dentro da escola; ao Vilmar Vailatti, que foi meu treinador e que me abraçou e sempre me ajudou; além da Prefeitura de Pomerode e da Secretaria de Eventos, Esporte e Lazer pela confiança depositada em meu trabalho.”
     Além disso, Chico estende o carinho aos pais de atletas e aos atletas, que sempre confiaram em seu trabalho. “É muito gratificante ver que esse respeito existe, mesmo fora da pista, ver que hoje tem uma base que está se renovando e saber que os pais, cada vez mais, estão acompanhando seus filhos. Isso é muito bacana e realmente nos marca como pessoa”, finaliza.

     



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